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Mãos grandes são sempre melhores.


Pessoal, hoje o post está maior pois tem muitos diálogos, esse é o capítulo quatro, um capítulo sem ação, mas que introduz um pequeno romance pelo qual Rodrigo passará nos próximos parágrafos.
Eu, Júlia.

Capítulo IV – Como pude esquecer mãos tão grandes?
                Em algum lugar no fundo da minha mente pude ouvir o telefone tocar, estava abafado e distante.
                Tateei com a mão sobre a placa de vidro tirei o telefone do gancho. Ainda de olhos fechados, e ainda debruçado sobre alguma mesa, coloquei o fone no ouvido.
                - Quase me esqueci de avisar... Você tem uma semana para a primeira prestação!
                Reconheci a voz de imediato, abri meus olhos e levantei rápido, do outro lado da linha a mulher já havia desligado.
                Estava confuso, ainda segurava o fone na mão grudado no rosto, tentava entender o que acontecera.
                Percebi então que estava em meu escritório e meu relógio sobre a mesa indicava que eram quase 10h da noite.
                - O que diabos? – Perguntei a mim mesmo e recoloquei o telefone no gancho. Coloquei os cotovelos na mesa e soltei a cabeça sobre minhas mãos.
                - E agora? – Eu tive vontade de chorar, mas ficar esperneando em posição fetal não iria adiantar, foi quando o som de Harry Potter tocou indicando uma mensagem de texto em meu celular, meio trêmulo o segurei e li.
                “ A conta é 65-333-6 do B.ofC., prefiro que não me de em dinheiro vivo.”
                Instintivamente eu sorri e liguei de novo o Desktop. “Será que ela seria tão burra assim?” – Pensei. Coloquei a conta do banco no registro de dados, ela estava em meu nome, ou seja, ela sabia todos os meus dados e documentos, até mesmo meus documentos brasileiros, fiquei boquiaberto... Estaria com tesão se ela não estivesse me chantageando.
                Sentia-me inquieto e perdido, cansado e dolorido, tentei me concentrar em onde doía, puxei minha camisa social para fora da calça e arregacei as mangas para cima.
                O que eu poderia fazer? Ir à polícia? Para denunciar algo sem nenhuma prova? Procurar a embaixada e pedir proteção? Proteção contra o que?
                Peguei meu celular de novo, o número que me mandara a mensagem estava protegido, larguei de novo o aparelho sobre a mesa.
                Que loucura! Plano, preciso de um plano.
                Passei minha mão pela nuca e senti algo pegajoso, levei os dedos ao nariz e constatei que era sangue.
                Eca! Banho, preciso de um banho, isso sim!
                A luz do corredor se acendeu e pude ouvir passos soando pelo chão, foi então que cessaram em frente à minha porta.
                Segurei o ar em meus pulmões, não estava psicologicamente preparado para agüentar uma nova abordagem da gostosa.
                A porta se abriu e quem eu menos esperava entrou, Nicole (a sueca) pareceu tão surpresa quanto eu, quando falei.
                - O que você está fazendo aqui, Nicole?!
                Ela praguejou em sueco, lembrei como ela praguejava na cama.
                - Que puta susto! – Ela acendeu a luz e sua expressão ficou intensa – O que aconteceu com você, Rod?!
                Até então não tivera a oportunidade de me olhar, vi então que minha camisa estava rasgada e tinha uma série de hematomas no braço, puxei a camisa para cima e achei marcas roxas no tórax.             
                Nicole se aproximou com cuidado.
                - O que aconteceu?
                - An... Fui atropelado... – Menti, mas ela acreditou, então continuei. – Estava pensando em você, aí o sinal fechou...
                 - Ain! Assim eu me sinto culpada por roubar seu coração! – Eu ri prar não perder a amizade com benefícios que mantinha com ela. Nicole parecia mais bonita nesse momento, por isso não retruquei e deixei passar.
                - Deixa eu te ajudar! – Ela se aproximou devagar, pegou no meu queixo e levantou minha cabeça com cuidado me analisou. – É... Se nariz não está quebrado, acho que seu rosto voltará quase ao normal quando desinchar.
                - Quase ao normal?
                - É, não fique assim, eu ainda caso com você. - Eu ri novamente sem graça.
                - Vamos, vou te levar para um pronto socorro, se não pode piorar!
                - Não, não... Só quero ir para casa!
                - Deixa disso, vem! – Ela abraçou minha cintura tentando me levantar – Para! Ai!!! – Gritei quando a cadeira arrastou para trás e Nicole me deixou cair no chão.
                - Perdão, meu lindo! Ah meu Odin!!! – Ver aquela mulher de quase 1,80m de altura se abaixando e tentando me ajudar era uma cena quase cômica.
                - Meu Odin? Disse como se zombasse dela.
                - Pois é... Nova fé...
                - Velha fé, não?
                - É...
                - Nunca pensei que você gostasse de histórias sangrentas e incestuosas, Nicole.
                - Gosto de muitas coisas, você já deveria imaginar.
                - Pois é... Concordei com um riso fraco ao lembrar-me das noites da semana passada.
                - Quer ir mesmo para casa?
                - Sim...
                - Então vou cuidar de ti!
                - An, Nicole... – Eu deixei que ela pegasse minhas pastas, minhas coisas e trancasse a porta enquanto eu esperava encostado na parede.
                Ela novamente envolveu minha cintura e tive a impressão de que eu nem precisava fazer força para andar.
                Acho que cochilei porque quando dei por mim já estava sentado no banco da frente do carro.
                Nicole se sentou atrás do volante e colocou sua mão sobre minha coxa. “Como pude me esquecer que ela tinha mãos tão grandes?”. Pensei.
                - Minha casa, ou sua?
                - Nicole... – A mão dela subiu pela minha coxa e eu encontrei um outro hematoma – Não me leve a mal, mas da última vez que você tentou tomar conta de mim, eu terminei algemado no chuveiro...
                - Você adorou!
                - Tava frio, tá legal?
                - Mas a sua dor de cabeça passou, não passou?
                - Fato, mas de brinde recuperei minha tendinite – Cocei o punho direito, ainda tinha a marca da algema – Eu só quero ir para casa.
                - Ta OK então... Ela pareceu meio frustrada, mas seguiu até chegar no prédio, o caminho foi bem quieto, exceto por algumas piadinhas.
Música do dia: Ojos Así – Shakira. Pode parecer meio estranho ouvir uma música tão pouco conhecida de uma artista que tem tudo ONA (coxona, bundona, peitudona...) o renome e o QI que ela tem, mas por mais que seja uma música sem grande conteúdo, ou sem muitos prêmios, é uma música que expressa um pouco da influência dos árabes no mundo ocidental, então acho que é por isso que eu gosto dela. Deem uma olhada/ouvida quando puderem.

2 comentários:

Wander Shirukaya disse...

Como o prometido, cá estou. E vjo q está começando um romance. Por este motivo, fica dificil fazer uma avaliação cuidadosa, ainda está tudo por vir.
Mas vc tm um propósito bem delineado para escrever? Se tiver, não se preocupe pois o resto é bem mais fácil de se construir.

Grande abraço! ^^

DevaneiosDevassos disse...

Bom, a história em si está muito boa, eu e minha amiga pedimos para que muito leem e deem suas opiniões, hoje já temos 120 páginas manuscritas da história, já ta bem desenvolvida no papel, o próximo capítulo é o em que ele bola o desfalque no banco, então não pare de ler, vai ficar melhor ainda =D
Abraço e valeu por ter vindo!

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