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Capítulo I - Dias Chuvosos


                Uma coisa que eu sempre achei curiosa é como o céu de Haialifax esta sempre lindo, é difícil você ver esse céu totalmente cinza, por isso é um mau agouro quando nossa cidade é coberta por trovões fora da época chuvosa. A capital de Södr não precisa que a chuva mantenha seus portos e seus comércios funcionando, mas com certeza, quando a época das águas chega, nós somos mais felizes.
                Eram exatamente meio dia do dia 13 de Julho, três meses antes da declaração oficial de guerra, era um dia cinza, péssimo para começar negociações. Era esperada a carruagem do Rei Fernand III, recém empossado do trono de Germânia, um senhor já de idade, usava vestes nobres, vermelhas com detalhes dourados que desenhavam um Tigre germano em seu peito. Sua barba branca o dava um ar de simpatia, mas seus olhos negros como a noite sem estrelas o empregavam um ar misterioso, até mesmo sombrio e dissimulado. Assumiu o trono após a morte de seu irmão mais velho, Pétrio I. Eu estava em pé ao lado esquerdo do trono de meu pai. Ele o esperava quieto, com as mãos um pouco trêmulas. A verdade é que meu pai nunca gostara de Fernand III, nem mesmo quedo era Pétrio o rei das terras ao sul de Södr.
                - Filho, você esta prestes a conhecer o homem que transformará a Grande Germânia em Ruínas...
                - Por que diz isso?
                Meu pai me encarou, hoje ele usava sua toga azul e prata, era sua favorita, mas ele só a colocava quando sabia que iria precisar de toda a sorte que conseguisse.
                - Os olhos daquele homem são de um negro profundo, não como os de sua mãe, mas são de um escuro que lêem a sua alma de forma a subjugá-la.
                - Você dizia que mamãe conseguia ler sua alma, mas dizia de forma boa.
                - Sua mãe confortava minha alma...
Minha mãe, Julienne Grant deValliére, fora a única mulher que conseguiu conquistar meu pai. O rei Alecssander, pode apresentar fisicamente uma expressão confiável ou até mesmo fiel, suas maçãs salientes e o formato quadrado do seu rosto, com a barba negra sempre por fazer e o cabelo muito bem penteado em todas as ocasiões o tranformavam em um verdadeiro galã, mas a única mulher a quem ele foi fiel, fora minha mãe.
                - Sinto falta dela.
                - Todos nós sentimos.
As pessoas começaram a fofocar, era possível avistar a carruagem espalhafatosa que trazia o rei e o príncipe germânios. Era feita de madeira com detalhes minuciosos, alguns tigres foram feitos a ouro e presos em quatro colunas que davam uma aparência de templo à carruagem, era coberta por vários panos vermelhos, exalavam riqueza e poder, na sua base havia um babado muito curioso, era um pano branco com pinturas dos grandes feitos do povo Germânio. Os homens a carregavam com dificuldade, os cavalos foram deixados de lado para representar a dominação que o rei Fernand tinha sobre sua população, coisa que Pétrio não prezava e era por isso que meu pai era tão aliado ao antigo rei.
- É curioso... – Iniciei em um tom de voz baixo – Como eles são espalhafatosos.
- Pétrio odiava isso, ele vinha sempre em seu cavalo com alguns homens o escoltando.
- Quando os próximos convidados irão chegar?
- O rei de Krensbaärd chegará amanhã, e o rei de Telofus atracará em nosso porto hoje no meio da tarde.
- Então somos somente nós e os germânios durante algumas horas.
- Exatamente como planejei.

Amperia - Prólogo


Pessoal, eu em meus momentos de devaneios eu me perco em uma mente complexa e cheia de pensamentos inúteis... E dessa mente surgiu uma nova história, essa será uma que pretendo dar continuidade, é minha e não em conjunto como era a do Rodrigo ( que apropósito, tem 300 páginas manuscritas =X). Ainda não coloquei um título, e ela tem um mapa para que você entendam melhor o que acontece na história, mas só vou postar o mapa quando conseguir scaneá-lo.

 – Prólogo.


                Os olhos marejados de meu pai encaram o céu noturno e limpo de Haialifax, suas íris de um profundo azul desapareceram em uma longa piscada de suas pálpebras cansadas.
                Ele respirou fundo e sentiu o peso de seu reinado pouco diplomático cair sobre seus velhos ombros.
                - A Aliança Externa-Amperial declarou guerra...
                Falou baixo, porém de forma que todos os presentes pudessem ouvir.
                A decepção e a tristeza eram presentes em seu tom de voz. Perto do fim de seu reinado, uma crise, não... Pior... Uma guerra com os históricos aliados do reino de Södr.
                O Palácio Real do reino e das dependências coloniais de Södr fora jogado em desgraça. Uma cena de terror e melancolia tomaram conta dos rostos dos cidadãos que acompanhavam a leitura da mensagem vinda do reino da Germânia.
                - “Devido ao comportamento condenável da Guarda Real do Reino de Södr  e suas Dependências ao promover a morte do primogênito e único filho homem de Fernand III, Rei da Grande Germânia,  os reinos externos, Telofus e Germânia, estabeleceram assim, a ‘Aliança Externa-Amperial’, que visa a destruição da prepotência e arrogância dos reinos centrais, e por isso, oficialmente, declara Guerra ao reino de Södr e seus Aliados.
Ferdinand III”
                As lágrimas caíram dos rostos femininos e delicados das mulheres Södirianas, as preces para os Deuses e a promessa de manter seus filhos em segurança era a única coisa que lhes restava nesse momento.
                - Vamos destruir esses porcos imundos!!! – Gritara um homem em meio à multidão – Isso mesmo, esses Germânios vão ter exatamente o que sempre sonharam! Uma lança de Södr em seus traseiros enormes!!
                Uma sequência de gritos de apoio vieram logo em seguida. Os homens estavam prontos para lutar, as mulheres prontas para proteger nossas cidades, e o rei... O rei pronto para ficar pronto... Meu pai, Rei e adorado por todos era detentor de muito respeito, talvez fosse o monarca mais respeitado da história de nosso reino, e esse respeito fora provado quando ele, ao levantar a mão esquerda em um pedido de silencio, foi obedecido imediatamente.
                - Eu, Alecssander Därgard Telfus deVallière, rei Alecssander I, declaro, oficialmente, estado de guerra contra os reinados de Telofus e Germânia, a atual Aliança Externa-Amperial. – Os homens comemoraram em coro. – Todos os homens, maiores de 17 anos devem pegar seus cavalos e seguirem para o portão sudeste, em direção à cidade de Stärn, para receberem seus devidos treinamentos.

                E eu, príncipe Damien Därgard Telfus Grant deValliére, contar-lhes-ei a história de como meu reino foi sabotado e forçado a participar da maior guerra que o Continente Amperial já presenciou.

Por que crescer... Nem sempre é o melhor...

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Pois é pessoal, finalmente eu tenho minha vida de volta e estou ressuscitando novamente esse blog falido, por que eu sou uma pessoa que gosta de trazer de volta o passado, e como esse blog me trouxe alguns bons momentos, resolvi voltar para vocês.
                Hoje eu não sou mais um simples estudante de Ensino Médio da Capital Federal do Brasil, agora eu sou um estudante de Direito, isso mesmo, estou virando gente grande... E é sobre isso que quero falar hoje... Crescer.
Outro dia me perguntaram de sacanagem “Oras, você nunca teve infância? Como assim você nunca assistiu à esse desenho?”
Foi então que em meus conflitos intelectuais comecei a perpetuar em minha mente uma espécie de pensamentos, comecei a discutir comigo mesmo em intermináveis diálogos esse indagação que eu tanto já ouvi. Isso começou por conta da resposta que dei para o amigo que me indagou.
“- Não é que eu não tive infância... Eu tenho infância”.
Por que eu tenho que dizer “É claro que eu TIVE infância?” quando nunca se é tarde de mais para ser criança? Um dia desses, nas férias de janeiro, me peguei no balanço de um parquinho daqui das quadras de Brasília, um menino de 18 anos fazendo isso aqui é incrivelmente normal, mas para mim, que estou vivendo em um conflito psicológico intenso todos os dias da minha vida, é uma atitude digna de ponderação.
            Na minha oitava série eu tinha uma amiga que usava uma mochila rosa da Moranguinho (se não me engano), e quando a vi pela primeira vez pensei “Essa menina deve ser mais criança que eu e todos os meus amigos juntos”, mas na verdade, percebi que ela era muito mais madura do que toda a minha escola junta, e isso me ocorreu no momento em que ela olhou para mim e disse “Não estou pronta para virar uma mulher”. Recentemente essa minha amiga veio me procurar e falar de seu primeiro beijo, com 16 anos... E isso não é vergonha e não é por falta de boa aparência. Ela é linda e alta, mas procurou por alguém verdadeiro para se entregar pela primeira vez, e esse ato me emocionou, não pela simbologia, mas pela maturidade dela. Com certeza ela não ligava quando as pessoas a chamavam de criancinha ou a sacaneavam por ela ser “BV”, e hoje, eu entendo, o tanto que foi difícil largar a infância... Então por que largá-la? Nós podemos ser penalmente imputáveis, responsáveis por nós mesmos, independentes financeiramente, bons motoristas, bons de sexo, e tudo mais, sem deixar de lado nossos heróis e nossos simbólicos amigos de infância... O crescimento e o amadurecimento mental vem de acordo com a sua preparação e aceitação para certas coisas da vida... Não precisamos deixar de brincar por que as pessoas vêem isso como um ato de infantilidade...

                Esse post foi principalmente para meus leitores que ainda se prendem à infância... Não a largue e não a deixe ir... Apenas a evolua, cada vez mais.