Posted in
devaneios dígnos
Pois é pessoal, finalmente eu
tenho minha vida de volta e estou ressuscitando novamente esse blog falido, por
que eu sou uma pessoa que gosta de trazer de volta o passado, e como esse blog
me trouxe alguns bons momentos, resolvi voltar para vocês.
Hoje eu
não sou mais um simples estudante de Ensino Médio da Capital Federal do Brasil,
agora eu sou um estudante de Direito, isso mesmo, estou virando gente grande...
E é sobre isso que quero falar hoje... Crescer.
Outro dia me perguntaram de
sacanagem “Oras, você nunca teve infância? Como assim você nunca assistiu à
esse desenho?”
Foi então que em meus conflitos
intelectuais comecei a perpetuar em minha mente uma espécie de pensamentos,
comecei a discutir comigo mesmo em intermináveis diálogos esse indagação que eu
tanto já ouvi. Isso começou por conta da resposta que dei para o amigo que me
indagou.
“- Não é que eu não tive infância... Eu tenho
infância”.
Por que eu tenho que dizer “É
claro que eu TIVE infância?” quando nunca se é tarde de mais para ser criança?
Um dia desses, nas férias de janeiro, me peguei no balanço de um parquinho daqui
das quadras de Brasília, um menino de 18 anos fazendo isso aqui é incrivelmente
normal, mas para mim, que estou vivendo em um conflito psicológico intenso
todos os dias da minha vida, é uma atitude digna de ponderação.
Na
minha oitava série eu tinha uma amiga que usava uma mochila rosa da Moranguinho
(se não me engano), e quando a vi pela primeira vez pensei “Essa menina deve
ser mais criança que eu e todos os meus amigos juntos”, mas na verdade, percebi
que ela era muito mais madura do que toda a minha escola junta, e isso me
ocorreu no momento em que ela olhou para mim e disse “Não estou pronta para
virar uma mulher”. Recentemente essa minha amiga veio me procurar e falar de
seu primeiro beijo, com 16 anos... E isso não é vergonha e não é por falta de
boa aparência. Ela é linda e alta, mas procurou por alguém verdadeiro para se
entregar pela primeira vez, e esse ato me emocionou, não pela simbologia, mas
pela maturidade dela. Com certeza ela não ligava quando as pessoas a chamavam
de criancinha ou a sacaneavam por ela ser “BV”, e hoje, eu entendo, o tanto que
foi difícil largar a infância... Então por que largá-la? Nós podemos ser
penalmente imputáveis, responsáveis por nós mesmos, independentes financeiramente,
bons motoristas, bons de sexo, e tudo mais, sem deixar de lado nossos heróis e
nossos simbólicos amigos de infância... O crescimento e o amadurecimento mental
vem de acordo com a sua preparação e aceitação para certas coisas da vida...
Não precisamos deixar de brincar por que as pessoas vêem isso como um ato de infantilidade...
Esse post foi principalmente para meus leitores que ainda se prendem à infância... Não a largue e não a deixe ir... Apenas a evolua, cada vez mais.